sexta-feira, 22 de abril de 2016

Rebanhão


Rebanhão é uma banda de rock brasileira que esteve cerca de 20 anos em atividade, surgida na cidade do Rio de Janeiro.

É conhecida por ser a primeira de sucesso a apresentar uma sonoridade completamente característica da música popular da época dentro do nicho cristão, principalmente popularizando o rock.[1]

Dentre as sonoridades exploradas pela banda, destacam-se o rock progressivo e o pop rock, com forte influência do tropicalismo e do Clube da Esquina[2] além de bandas e cantores evangélicos americanos como Keith Green e Petra. A banda foi fundada por Janires no final da década de 1970.

No começo da década de 1980 Janires se mudou para o Rio de Janeiro onde junto com Pedro Braconnot integraram mais músicos da Igreja Presbiteriana de Copacabana, nos quais foram Paulo Marotta, Kandell Rocha, Zé Alberto e Carlinhos Felix. Alberto saiu logo no primeiro álbum, enquanto Janires e Kandell se desligaram em 1985, dando lugar ao músico Fernando Augusto.

Durante vários anos, a banda esteve estável em sua estrutura, em fase da formação clássica. Entre 1990 e 1992, Fernando, Carlinhos e Paulo deixaram a banda, e Pedro Braconnot assumiu a liderança com outros músicos convidados até 2000.

Durante seus anos de carreira, o Rebanhão realizou vários feitos, nos quais é considerado o primeiro precursor de grande relevância do rock cristão, apesar de muitos o considerarem como uma banda mais próxima do pop.

Também foi o primeiro grupo a se apresentar em grandes casas de shows e ter lançado o primeiro álbum cristão no formato CD, tal qual também é considerado o primeiro lançamento a partir do movimento gospel. Juntamente a outros artistas da época, durante vários anos manteve contrato com grandes gravadoras, nas quais estavam fora do círculo religioso.[3]

Após vários de seus anos de encerramento, reuniões de alguns ex-integrantes, e outros que prosseguiram outros projetos, a banda anunciou um retorno em 2014 através de Pedro Braconnot, que visa a gravação de um DVD e uma turnê pelo Brasil.

O Rebanhão foi homenageado com vários tributos, incluindo o álbum Tributo a Janires, que contém várias canções do fundador Janires lançadas pelo grupo. História 1979-1981: Início da banda O início da história do Rebanhão confunde-se com a trajetória musical e religiosa de Janires Magalhães Manso. Após ser preso em flagrante, parar numa casa de recuperação e tornar-se cristão protestante após frequentar os cultos na Igreja Cristo Salva, conhecida também como "igreja do Tio Cássio", o músico tinha a vontade de criar uma banda de rock cristão. Ainda, nessa época o cantor escreveu suas primeiras composições.

 Foi gravado um álbum em 1979, mas Janires decidiu mudar-se para a cidade do Rio de Janeiro, finalizando tal projeto ali.[4] Assim que chegou no Rio de Janeiro, Janires tornou-se membro da Igreja Presbiteriana de Copacabana. Atuando no louvor da igreja, conheceu os integrantes de uma banda de rock existente ali, chamada Sinal Verde. Membros deste grupo afirmavam que Janires sempre manifestava interesse em fundar o Rebanhão ali, porém não tinha recrutado músicos.[5]

Durante um acampamento em Juiz de Fora, um jovem convertia-se ao protestantismo. Ainda dependente químico, Pedro Braconnot conheceu Janires e aceitou participar do Rebanhão. O tecladista, ainda afirmou numa entrevista que, durante esta época passou por uma fase pessoal de altos e baixos, mas Janires o ajudou.[6] Num dia, Janires e Pedro assistiram um ensaio de vários músicos cristãos e os convidaram para integrarem ao Rebanhão, aos quais eram Paulo Marotta, Kandell Rocha e André Marien. Todavia, Marien não permaneceu no conjunto, fazendo com que a banda precisasse de um guitarrista. Janires, então convidou Carlinhos Felix, na época baixista da Sinal Verde para que integrasse ao grupo.[7]

Carlinhos Felix era engenheiro na Petrobras, e por conta da flexibilidade de seu emprego, tinha liberdade para viajar com o grupo. Durante um tempo, o mesmo permaneceu também na Sinal Verde, gravando o primeiro e único álbum do grupo, Sinal Verde.[5] Na mesma época, Janires convidou Elmar Gueiros para a banda para os solos, mas o músico não pode permanecer por conta de seu trabalho. A banda começou suas atividades executando suas canções em vários locais da cidade, como nas praças e praias, em alguns momentos junto à Paulo César Graça e Paz. Pela sua sonoridade e letras, o grupo não foi bem recepcionado por grande parte dos religiosos da época. Porém, o grupo prosseguiu.[8]

A banda também passou a apresentar em teatros, juntamente com a atriz Darlene Glória, apresentando-se para outros artistas e músicos da época.[9] Nós queríamos entrar na igreja com bateria e guitarra com som distorcido. No início houve um certo preconceito, depois eles aceitaram. — Carlinhos Felix comentando à Folha de S.Paulo sobre o início do Rebanhão.[8] 1981-1985: Fase Janires Apesar das dificuldades, a banda preparava-se para gravar o primeiro e um dos mais bem-sucedidos trabalhos do grupo, o álbum Mais Doce que o Mel. Na gravação deste, a banda já tinha o músico Zé Alberto como percussionista. Na obra, Janires e Carlinhos compuseram grande parte do repertório, além de dividirem os vocais, embora Pedro Braconnot tenha contribuído como compositor em uma das faixas. Em 1981 a obra foi lançada pela gravadora Doce Harmonia.

A repercussão do trabalho superou as expectativas do grupo e do próprio selo, chegando a vender mais de cento e cinquenta mil cópias. Porém, houve também pontos negativos, como as especulações de que o disco teria mensagens subliminares em seu conteúdo, o que foi fortemente negado pela banda.[10] [11] [12] [13]

O destaque do projeto veio com a canção "Baião", na qual Janires tece várias críticas sociais e analisa a condição atual da sociedade. "Casinha", outra música bastante executada pelo grupo já foi alvo de estudos teológicos, principalmente pela reflexão que o compositor apresenta sobre a história.[14] Além destas, as canções "Refúgio", de Braconnot e "Mel", de Janires estiveram durante muitos anos no repertório dos shows da banda.

Após a repercussão do disco anterior, a banda preparou-se para gravar Luz do Mundo, disco que refletiu o amadurecimento musical e técnico da banda. Com a saída de Zé Alberto, o grupo optou por Edinho atuar como músico convidado na percussão. Gravado nos Estúdios Transamérica, a maior parte de composições desta vez vieram de Janires, que regravou as canções "Taças de Cristais" e "Casa no Céu" com novos arranjos, obras anteriormente gravadas em seu demo Rebanhão.

Pedro Braconnot, além de um piano de cauda trabalhou com sintetizadores Phophet-5, e Paulo Marotta estreia nos vocais em "Hoje sou Feliz", duetando com Janires, canção dedicada à Alex Dias Ribeiro.[15] O álbum foi lançado pela gravadora Arca Musical Evangélica, e algumas de suas faixas chegaram a ser executadas em rádios não-cristãs do Rio de Janeiro.[12] Janires comemorava em 1984 dez anos de conversão ao protestantismo. E em razão disso o Rebanhão realizou a gravação do primeiro álbum de música cristã do Brasil ao vivo, o trabalho Janires e Amigos, gravado no auditório da Rádio Boas Novas em 14 de dezembro daquele ano. Durante o evento, a banda cantou as canções "Baião" e "Casinha", presentes no disco Mais Doce que o Mel além de inéditas que eram homenagens a vários amigos de Janires. João Alexandre, Alex Dias Ribeiro e outros fizeram participações especiais.[4] 1986-1988: Pós-Janires e formação clássica Após a gravação de Janires e Amigos, a banda sofreu a primeira saída de grande impacto em sua estrutura.

O fundador e vocalista Janires anunciava sua saída do grupo, que segundo ele era uma direção de Deus. O músico se mudara para Belo Horizonte, onde fundaria mais tarde a Banda Azul.[16] Apesar de sua saída, o cantor continuou a ter contato com os integrantes do Rebanhão, dando conselhos e ajuda.[4] Ao mesmo tempo, o baterista Kandell também saía. Carlinhos Felix indicou Tutuca em seu lugar. Com a popularidade do Rebanhão, o conjunto foi contratado pela gravadora PolyGram, na qual gravou e distribuiu o disco Semeador.

As mudanças de integrantes mudaram musicalmente a sonoridade do Rebanhão, mais próximo ao pop do que antes. Pedro participa pela primeira vez como vocalista e compõe grande parte das canções, e usando também mais sintetizadores. Pela primeira vez o Rebanhão gravou composições externas, com "Viajar", de Sérgio Pimenta, "Paz do Senhor", de Lucas Ribeiro. O restante foram algumas das composições de Carlinhos, algumas em parceria com Lucas. A parceria com a nova gravadora rendia mais divulgação, e ao mesmo tempo novas apresentações em locais pouco convencionais para artistas oriundos do meio cristão. O evento de lançamento da obra foi realizado no Canecão lotado, e era a primeira vez em que uma banda cristã atuava em grandes casas de show.[17]

Dois anos depois, a banda produziu Novo Dia, produzido pelo músico Paulo Debétio. O compositor Paulinho Rezende versionou a única música estrangeira já gravada pela banda, "Jesus é Amor", escrita por Lionel Richie, com características do gospel norte-americano. A canção também foi gravada em videoclipe, com a banda a performando em ar livre. Os sintetizadores, assim como no anterior fazem-se mais presentes, caracterizando o art rock, e as composições e vocais de Pedro Braconnot também, como em "Razão", a canção autoral de maior notoriedade do álbum. De composições externas, o grupo apresentou "Primeiro Amor", de Aurélio Rocha e "Firme os Pés", de Lucas Ribeiro.

Paulo Marotta diminuiu sua função como vocalista, interpretando exclusivamente em "Entre eu e Você". Nesta época, as apresentações do grupo chegavam a lugares maiores.[18] Ainda em 1987, foi lançada uma música inédita do Rebanhão para a coletânea Ponto de Encontro, intitulada "Paz pra Cidade", composta e cantada por Janires. Foi a última parceria lançada da banda juntamente com o cantor em vida, que faleceria em 1988 por conta de um acidente automobilístico.[19] No ano seguinte, a Continental reuniu oito canções dos dois últimos álbuns e lançou Grandes Momentos, que mais tarde seria relançado digitalmente pela Warner Music Brasil em CD no ano de 1994.[20] 1988-1992: Fim da formação clássica.

 Em 90, a banda fechava um contrato com a Gospel Records, gravadora pertencente a uma pequena igreja que mais tarde se tornaria precursora do chamado Movimento gospel: a Renascer em Cristo. Ao mesmo tempo em que emergia o movimento gospel no país, era lançado o primeiro título do selo, Princípio, no qual é o primeiro disco da música cristã brasileira a ser lançado no formato CD, e também o primeira obra lançada após o início do movimento gospel. A obra retorna ao lado crítico parcialmente abandonado após a saída de Janires, e Pedro Braconnot, pela primeira vez é o compositor da maioria das canções. De sua autoria, veio "Palácios", que juntamente a "Selo do Perdão", de Carlinhos e "Princípio", escrita por Lucas Ribeiro estiveram dentre as músicas cristãs mais executadas nas rádios em 1990.[21]

Paulo Marotta pela primeira vez compôs uma canção para o grupo, na qual foi "Muro de Pedra".[22] Aclamado pelo público, o show de lançamento da obra foi realizado no Rio Sampa. No mesmo ano, a banda excursionou por vários locais do Brasil, mas logo Fernando Augusto deixou o grupo. Os integrantes remanescentes do Rebanhão decidiram não incluir um membro, e optaram tocar com músicos convidados. Durante essa época, a banda trabalhou com Sérgio Batera, no qual gravaria a bateria e percussão do álbum seguinte. Sem Fernando Augusto, Carlinhos Felix, Paulo Marotta e Pedro Braconnot gravaram dois videoclipes para promoverem o projeto, das canções "Ele Te Ouve" e "Selo do Perdão".[23] Paralelamente ao Rebanhão, Braconnot atuava há alguns anos como tecladista convidado, e estreava como produtor. Gravou com Cristina Mel, Sérgio Lopes, João Alexandre, Ozéias de Paula e vários outros. Ao mesmo tempo, Carlinhos Felix manifestou o desejo de lançar um projeto solo, lançando em 1991 Coisas da Vida. Pedro colaborou como tecladista, e a maior parte das canções são autorais, com colaborações de Lucas Ribeiro, Ed Wilson e outros. Paulinho Guitarra também atuou como guitarrista, e o projeto foi lançado e recebido positivamente pela gravadora Continental em 1991.[24] No mesmo ano, durante a primavera, a banda gravou Pé na Estrada no estúdio Mega. Com a banda reduzida, Sérgio Batera participou como baterista e percussionista convidado. Paulo Marotta compôs a música que deu título ao álbum, consequentemente a primeira executada nas rádios.[21] Pedro Braconnot atuou como técnico de gravação, e, novamente a maior parte das composições são de Carlinhos e Pedro. "Elo Perdido", "Fé", "Pé na Estrada" e "Ovelha Ferida" mais tarde seriam incluídas na versão em CD do álbum seguinte, já que Pé na Estrada foi lançado exclusivamente em LP. Outras músicas do álbum, como "Criação" (de Elmar Gueiros), "Existe um Lugar" e "Nzile Nzulu", foram remasterizadas digitalmente e incluídas em O Melhor do Rebanhão, lançado em 1998.[17] A partir do lançamento solo de Carlinhos Felix, o cantor passou a receber convites para apresentações individuais e a partir disso o músico resolveu deixar o grupo, decisão aceita pacificamente por Paulo Marotta e Pedro Braconnot. Ambos continuaram a se apresentar com músicos convidados. Porém, em 1992 Marotta também resolveu sair. Segundo o próprio em uma entrevista em 2000 cedida à MPC, deixou por dedicação exagerada ao grupo, não tendo tempo suficiente para Deus e sua família.[25] Saí por causa de um conflito vocacional íntimo: descobri que estava valorizando mais o trabalho que o próprio Jesus. Abri mão da fama e do prestígio que normalmente acompanham quem se torna muito conhecido porque isso estava atrapalhando meu relacionamento com Jesus. Eu trabalhava demais, e não tinha tempo para Ele, nem para minha esposa, nem para mim mesmo. A obra havia se tornado mais importante que o Senhor da obra. Assim, após 12 anos, deixei o Rebanhão, mudei-me com minha esposa para BH a fim de reestruturar nossas vidas. — Paulo Marotta sobre sua saída do Rebanhão.[25] 1992-1997: Fase Pedro Braconnot Editar Com a saída de todos os integrantes, Pedro decidiu reformular a banda com novos integrantes, embora Paulo Marotta tenha colaborado na reestruturação. Para substituir Marotta, Pedro e o próprio Paulo chamaram Murilo Kardia Braga, ex-baixista do Complexo J, que ficou na banda por um ano. Impossibilitado de prosseguir, deu lugar a Rogério dy Castro. A banda então passou a ter: Rogério dy Castro (baixo), Pablo Chies (guitarra) e Wagner Carvalho (bateria). A banda também teve a participação do cantor Dico Parente, que cedeu canções e gravou vocais como músico convidado. Com esta formação, Pedro Braconnot produziu Enquanto É Dia, disco que conteve uma homenagem a Janires, com a regravação de "Baião". O cantor também fez agradecimentos a vários músicos no encarte do álbum, incluindo o ex-baterista Kandell. A maior parte das composições são de Braconnot, algumas em parceria com Dico Parente e Paulo Chies. A faixa-título, "Enquanto é Dia" foi escrita juntamente com o cantor Marquinhos Gomes. A obra também marca uma mudança na sonoridade, com maior uso de piano e algumas canções de hard rock principalmente pelos vocais agudos de Dico. Zé Canuto colabora nos arranjos de metais.[17] Nesta época, com nova formação a banda participou da terceira edição do SOS da Vida, na qual também participaram várias bandas de rock, algumas em início de carreira, como Bride, Oficina G3, Resgate, Katsbarnea e Fruto Sagrado. No repertório, além da inédita "Mistério", na qual foi a primeira canção de notoriedade do álbum[21] a banda executava "Baião", "Elo Perdido", "Palácios" e outras, maior parte nos vocais de Dico Parente. Entretanto, como se tratava apenas de uma participação temporária, três meses depois Dico deixou de se apresentar com a banda.[26] Pedro Braconnot assumiu por completo os vocais e não incluiu nenhum vocalista. Como um quarteto, o Rebanhão prosseguiu suas atividades. Ocasionalmente Pedro assumia o violão enquanto Pablo executava exclusivamente a guitarra. Em 1994, mais músicas do álbum figuravam dentre as mais executadas em rádios cristãs, como "Comando de Cristo" e "Como as Ondas do Mar".[21] Nesta mesma época, vários títulos do Rebanhão foram remasterizados e lançados em formato CD, como a coletânea Grandes Momentos e os álbuns Mais Doce que o Mel e Janires e Amigos. O oitavo trabalho de estúdio do Rebanhão foi lançado em janeiro de 1996, e mais uma vez foi produzido musicalmente por Pedro Braconnot, que novamente foi compositor de quase todas as músicas. Lançado pela gravadora multinacional Warner Music Brasil, Por Cima dos Montes é o disco de estúdio da banda com mais regravações, com "Salas de Jantar", "Contemplar", "Razão" e "Flor do Campo" com novos arranjos. Pablo Chies é coautor de "Ligado na Videira", enquanto, de composições externas a banda gravou apenas "Louvor" e "Eu Voltarei". Por Cima dos Montes é considerado o disco mais intimista do Rebanhão, e possui maior uso de sintetizadores que no anterior. Por outro lado, nenhuma canção teve grande relevância. O disco foi relançado com novo projeto gráfico pela Warner em 2002.[27] [28] Na mesma época, Pedro continuava a trabalhar como produtor musical. Nesta época, Braconnot duetou ao lado de sua esposa no segundo álbum da coletânea Amo Você, lançada pela MK Music em 1996 numa canção intitulada "Aliança de Amor".[29] 1997-2000: Últimos anos Em 1997, Rogério dy Castro e Wagner Carvalho deixaram o Rebanhão para fundarem uma nova banda junto à Wagner Derek e Davi Fernandes, chamada Primeira Essência.[30] Pablo Chies continuou a trabalhar com Pedro em algumas produções, como em dois álbuns de Marina de Oliveira. Em 1998, a gravadora Gospel Records reuniu os álbuns da banda lançados pela gravadora e escolheu dezessete músicas, lançadas em uma coletânea intitulada O Melhor do Rebanhão. O repertório foi escolhido pelo músico Paulinho Makuko, e as canções foram remasterizadas digitalmente.[31] No ano seguinte, embora com um futuro incerto, Pedro resolveu investir na independência, com a existência de seu estúdio, fundando o selo Dunamis, no qual, além de distribuição de álbuns do Rebanhão também lançaria novos artistas. Com site da banda também lançado e nova formação, o Rebanhão lançou em 1999 Vamos Viver o Amor. O disco, apesar de ter uma recepção maior que o anterior é considerado pouco a ver com o estilo da banda. As canções "Mais que um Amigo" e "Vamos Viver o Amor" tiveram um destaque relativo, sendo esta última registro de um videoclipe gravado em estúdio.[17] Durante 1999 e 2000, a banda, com nova formação continuou se apresentando. Pedro Braconnot forneceu uma entrevista à uma revista de música. O tecladista não fez um comunicado oficial a respeito do fim da banda, mas desde este período não houve nenhum show do Rebanhão.[17] 2000-2014: Hiato Desde sua saída do Rebanhão, o cantor Carlinhos Felix regravou várias músicas da banda, como "Palácios", "Baião", "Primeiro Amor", "Comando de Cristo" e outras. Ao lado de Paulo Marotta duetou a canção "Muro de Pedra" em seu álbum Nada a Perder. Após o fim do Rebanhão, continuou a prestar tributos a banda, e afirmou em várias entrevistas a importância da banda em sua carreira.[32] Paulo Marotta, por sua vez mudou-se para Belo Horizonte, e ligou-se à MPC. Em entrevista à banda em 2000, quando questionado a respeito de seus projetos musicais fora da banda, deixou seu descontentamento a respeito do que a música gospel brasileira tinha se tornado, dizendo: "Infelizmente (ou felizmente, não sei), não tenho grandes projetos com relação à música gospel. Acho que o movimento perdeu o fio da meada e se envolveu numa profusão de bandas, reuniões sem propósito, gente oportunista e falta de visão do Reino de Deus. A centralidade dos cultos e eventos gospel está nas bandas, nos artistas, nos pastores que tem que se desdobrar para se manterem atrativos nesse mercado popular pós-moderno. É preciso tirar Jesus do rótulo e trazê-lo de volta para o centro".[25] Carlinhos Felix, em sua volta ao Brasil em meados de 2003 também manifestou sua opinião, dizendo: "Por aqui tenho ouvido muita coisa sem identidade. Estamos atravessando um momento de cópia. Acho que a coisa está indo muito para o lado comercial e o medo de fazer um projeto e não vender faz as pessoas copiarem o que está vendendo. Acho que isso tem empobrecido a nossa rica música gospel e relaxado os talentos. Acredito que Deus tem dado muitas músicas e letras lindas para os compositores, mas estas pérolas estão sendo engavetadas e muitas indo para o lixo por causa do sistema que tem invadido o nosso ambiente".[32] Em 2003, a MPC, juntamente com vários artistas gravaram um álbum ao vivo em homenagem ao fundador do Rebanhão, Janires. Carlinhos Veiga, Banda Azul, Baixo e Voz e vários outros. Paulo Marotta foi o único a representar a banda no evento, e além de dar alguns depoimentos interpretou a canção "Casinha" ao lado do ex-vocalista da Banda Azul, Guilherme Praxedes.[33] Pedro Braconnot, em 2002 foi consagrado pastor, e embora durante um tempo tenha continuado a trabalhar como músico produtor viajou para os Estados Unidos da América em 2004, país no qual permaneceu durante quatro anos.

Em sua volta ao Brasil, além de vários outros projetos, mudou-se para Caratinga, onde passou a pastorear uma igreja.[6] Sobre o fim da banda, o músico afirmou, em um depoimento: Muitos tem perguntado por que o Rebanhão parou. A Palavra diz que tudo tem o seu tempo debaixo do sol. As coisas mais duradouras são fé, esperança e amor. E dessas três apenas o amor é eterno porque vai nos acompanhar mesmo no céu... Dito isto, quero lembrar que o Rebanhão teve uma importância muito grande na minha vida e ministério e já ouvi isso de muitos outros também. Mas não posso fazer disto um ídolo em minha vida. Jesus nos tornou livres para movermos no vento do Espírito. Somos nascidos de novo e adotados como filhos de seu Reino. E tudo que fazemos aqui na terra deve ter um propósito. Quantas vezes Deus dirigiu minha vida em direções diversas, quantas vezes eu quero estar preparado para mudar de rumo. Uma música do Sérgio Pimenta que o Paulo Marotta cantou tão bem no Rebanhão diz: "Toda estrada leva a algum lugar, mesmo que não seja aonde se quer ir". O mais importante é que estejamos cuidando dos negócios do nosso Pai. Como filhos e herdeiros, temos muito a fazer e não devemos parar. Se o Rebanhão precisou parar, eu não. [...] Nenhum monumento feito por homens vai subir ao céu. Somente os frutos de amor permanecem. — Uma reunião posterior da banda sempre foi comentada, porém nunca executada. Em 2012, em entrevista a uma revista, Pedro afirmou que ainda não tinha conseguido reunir a banda, embora a proposta não fosse inédita. O cantor também afirmou que estava tocando com Pablo Chies nos eventos aos quais estava participando.[6] Em janeiro de 2013, no aniversário de Carlinhos Felix, e ao mesmo tempo comemoração dos 40 anos de uma vigília que ocorre na Igreja Evangélica Congregacional de Bento Ribeiro, no Rio de Janeiro, o músico foi surpreendido pela presença de Pedro Braconnot e Pablo Chies. No evento, os três executaram músicas da banda.[34] Em 2013, Pedro Braconnot lançou sua primeira música inédita como cantor desde o fim do Rebanhão, o single "Mais que Palavras", lançado no iTunes. No ano seguinte, continuou a divulgar canções, como "Nada Mais" e "Amado da Minha Alma", todas autorais.[35] 2014-atualmente: Reunião dos 35 anos Em abril de 2014, Pedro Braconnot anunciou a gravação de um DVD comemorando os 35 anos de surgimento do Rebanhão, abrindo uma enquete para os fãs escolherem a cidade. Rapidamente, Carlinhos Felix manifestou apoio e confirmou participação.[36] A cidade mais votada foi o Rio de Janeiro.[37] A formação inicialmente confirmada para a gravação conteria Pedro, Carlinhos e Paulo Marotta.[38] A imprensa publicou uma provável volta de Fernando Augusto,[39] [37] que manifestou-se como integrante desta formação.[40] No entanto, a partir dos ensaios para a gravação, Pedro Braconnot anunciou, que a formação conteria, além dos três integrantes de maior duração, Pablo Chies e Lucio de Paula, como baterista convidado.[41]
 A banda fechou contrato com a gravadora Mess Entretenimento para o lançamento do disco.[42] Integrantes Janires — vocal, violão, ovation, produção musical (1979—1985) Pedro Braconnot — vocal, piano, sintetizadores, violão, produção musical, técnico de gravação, programação (1980-2000; 2014-atualmente) Paulo Marotta — vocal, baixo, produção musical (1980-1992; 2014-atualmente) Carlinhos Felix — vocal, guitarra, violão, produção musical (1980-1991; 2014-atualmente) Kandell Rocha — bateria (1980-1985) Zé Alberto — percussão (1980-1982) Fernando Augusto — bateria, vocal de apoio (1985-1990) Murilo Kardia - baixo, vocal de apoio (1992-1993) Pablo Chies — guitarra, violão (1993-1998; 2014-atualmente) Rogério dy Castro — baixo, vocal de apoio (1993-1997) Wagner Carvalho — bateria, percussão (1993-1997) Ismael Maximiano — vocal, violão, guitarra (1998-2000) Fábio Carvalho — vocal, baixo (1998-2000) Rafael Fariña — bateria (1998-2000)

Cronologia Músicos convidados

Em sua existência, o Rebanhão contou com vários músicos convidados para apresentações e gravações. Destacam-se: Lucas Ribeiro, Zé Canuto, Toney Fontes, Hélio Delmiro, Dico Parente, Silas, Ermínio, Barney, Marcos Góes, Natan, Bonés, Jota Costa, Edinho e Lucio de Paula. Discografia Editar Álbuns de estúdio 1981: Mais Doce que o Mel 1983: Luz do Mundo 1986: Semeador 1988: Novo Dia 1990: Princípio 1991: Pé na Estrada 1993: Enquanto É Dia 1996: Por Cima dos Montes 1999: Vamos Viver o Amor Álbuns ao vivo 1985: Janires e Amigos 2016: Rebanhão 35 anos Coletâneas 1988: Grandes Momentos 1998: O Melhor do Rebanhão 



Desde sua saída do Rebanhão, o cantor Carlinhos Felix regravou várias músicas da banda, como "Palácios", "Baião", "Primeiro Amor", "Comando de Cristo", dentre outras. Ao lado de Paulo Marotta, duetou a canção "Muro de Pedra" em seu álbum Nada a Perder (1995). Após o fim do Rebanhão, continuou a prestar tributos a banda, e afirmou em várias entrevistas a importância da banda em sua carreira.[45]

Paulo Marotta, por sua vez, mudou-se para Belo Horizonte, e ligou-se à Mocidade para Cristo (MPC). Ao ser entrevistado pela revista MPC em 2000, quando questionado a respeito de seus projetos musicais fora da banda, deixou seu descontentamento a respeito do que o movimento gospel tinha se tornado, dizendo: "Infelizmente (ou felizmente, não sei), não tenho grandes projetos com relação à música gospel. Acho que o movimento perdeu o fio da meada e se envolveu numa profusão de bandas, reuniões sem propósito, gente oportunista e falta de visão do Reino de Deus. A centralidade dos cultos e eventos gospel está nas bandas, nos artistas, nos pastores que tem que se desdobrar para se manterem atrativos nesse mercado popular pós-moderno. É preciso tirar Jesus do rótulo e trazê-lo de volta para o centro".[35]

Carlinhos Felix, em sua volta ao Brasil em meados de 2003 também manifestou sua opinião acerca do mercado evangélico, dizendo: "Por aqui tenho ouvido muita coisa sem identidade. Estamos atravessando um momento de cópia. Acho que a coisa está indo muito para o lado comercial e o medo de fazer um projeto e não vender faz as pessoas copiarem o que está vendendo. Acho que isso tem empobrecido a nossa rica música gospel e relaxado os talentos. Acredito que Deus tem dado muitas músicas e letras lindas para os compositores, mas estas pérolas estão sendo engavetadas e muitas indo para o lixo por causa do sistema que tem invadido o nosso ambiente".[45]

Em 2003, a MPC, juntamente com vários artistas, gravaram um álbum ao vivo em homenagem ao fundador do Rebanhão, Janires. Entre eles, estiveram Carlinhos Veiga, Banda Azul, Baixo e Voz e vários outros. Paulo Marotta foi o único a representar a banda no evento e, além de dar alguns depoimentos, interpretou a canção "Casinha" ao lado do ex-vocalista da Banda Azul, Guilherme Praxedes.[46]

Pedro Braconnot foi consagrado pastor em 2002. Embora durante um tempo tenha continuado a trabalhar como músico e produtor, viajou para os Estados Unidos da América em 2004. No país, permaneceu durante quatro anos. Em sua volta ao Brasil, além de vários outros projetos, mudou-se para Caratinga, onde passou a pastorear uma igreja. Sobre o fim da banda, o músico afirmou que desejava seguir outros projetos e que, para o Rebanhão, tudo tinha um tempo.[4]

Uma reunião posterior da banda sempre foi comentada, porém nunca executada. Segundo os três músicos, a primeira tentativa de volta se deu em 2004, quando Marotta e Braconnot foram chamados para homenagear Carlinhos Felix em uma das cerimônias do Troféu Talento, cuja edição visava prestar tributo ao cantor e compositor. Foi o primeiro encontro pessoal entre os três músicos em anos.[47]

Entre 2004 e 2012, no entanto, as atividades pessoais de Carlinhos, Pedro e Paulo foram para direções distintas. Carlinhos Felix seguiu sua carreira solo com o álbum Na Tua Sombra, lançado pela Graça Music,[48] enquanto Pedro Braconnot continuou como produtor musical, no álbum Recomeçar (2005), de Cristina Mel[49] e, mais tarde, mudou-se para os Estados Unidos. Paulo Marotta continuou a trabalhar como engenheiro civil e, por longo tempo, morou no Pará.[4]

Em 2012, em entrevista a uma revista, Pedro afirmou que ainda não tinha conseguido reunir a banda, embora a proposta não fosse inédita. O cantor também afirmou que estava tocando com Pablo Chies nos eventos os quais estava participando.[4] Em janeiro do ano seguinte, no aniversário de Carlinhos Felix, o músico foi surpreendido pela presença de Pedro Braconnot e Pablo Chies em um evento de igreja. Ainda, durante a programação, os três executaram músicas da banda.[50]

Em 2013, Pedro Braconnot lançou sua primeira música inédita como cantor desde o fim do Rebanhão, o single "Mais que Palavras", lançado no iTunes. No ano seguinte, continuou a divulgar canções, como "Nada Mais" e "Amado da Minha Alma", todas autorais.[51]
2014–atualmente: Retorno

Em abril de 2014, Pedro Braconnot anunciou a gravação de um DVD comemorando os 35 anos de surgimento do Rebanhão, abrindo uma enquete para os fãs escolherem a cidade. Rapidamente, Carlinhos Felix manifestou apoio e confirmou participação.[52] A cidade mais votada foi o Rio de Janeiro.[53]

A formação inicialmente confirmada para a gravação conteria Pedro, Carlinhos e Paulo Marotta.[54] A imprensa publicou uma provável volta de Fernando Augusto,[53] que manifestou-se como integrante desta formação.[22] No entanto, a partir dos ensaios para a gravação, Pedro Braconnot anunciou, que a formação conteria, além dos três integrantes de maior duração, Pablo Chies e Lucio de Paula, como baterista convidado.[55] A banda fechou contrato com a gravadora Mess Entretenimento para o lançamento do disco, mas acabou desfazendo a parceria por impasses com a empresa.[56]

Por dificuldades com relação a gravação, anunciada inicialmente para março de 2015 num estúdio da MTV, o grupo cancelou a data anteriormente prevista. Mais tarde, em 2016, a banda se reuniu novamente e anunciou a gravação para novembro de 2016.[carece de fontes] Em 4 de agosto de 2016, a banda lança uma regravação em videoclipe da música "Velho Amigo", gravado no estúdio Reuel, com a direção de vídeo de Marco Aurélio Valle e,[57][58] no mesmo mês, liberou a venda de ingressos para o show.[59] O show foi gravado na data prevista e trouxe músicas de álbuns desde Mais Doce que o Mel (1981) até Enquanto É Dia (1993).[carece de fontes]
Fonte: Wikipédia

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